O conhecimento é a chave para ganhar o mundo neste incrível longa indiano.
Debraj Sehai, o professor, é orgulhoso, passa o dia bebendo e carrega uma melancolia seguida de uma força de vontade imbatível - embora isso se dê ao fato de nunca querer perder. Quando Michelle e Sahai encontram-se, ele observa como aquela garota tivera sido mimada e como ela fazia tudo o que queria. Percebendo o enorme desafio, Sahai começa uma longa jornada a fim de tornar Michelle capaz de ser independente, mesmo o pai da garota acreditando ser tal milagre impossível. Os métodos de ensino de Sahai não são nada convencionais, fazendo com que a família desconfie da eficácia do professor. Mas após a primeira palavra conquistada por Michelle, o professor é aceito por inteiro.
Por todo o longa, há um forte debate sobre o antagonismo de luz e escuridão. Michelle nomeia seu mundo de "Negro" (título do filme) e o próprio Sahai comenta que a primeira lição ensinada não será o alfabeto como "a-b-c-d-e", mas sim como "n-e-g-r-o". A iluminação em praticamente todo o filme evidencia tudo isso: há uma cena em que o salão onde estão aluna e professor está escuro e a única luz vem de uma janela - que ilumina a bela relação de amizade que os dois começam a ter.
Ao longo da evolução de Michelle, vemos que Sahai acaba depositando também sua esperança na aluna e passa, quase sem perceber, a doar-se por completo. A garota, que buscava um raio de luz em qualquer lugar, via no professor um caminho, uma vida. O professor, que mesmo não tendo deficiência alguma parecia lhe faltar algo, via na aluna uma maneira de mudar não só a vida dela, mas também a sua - o real significado de ser humano acaba por se concretizar. Mas muito além do drama vivido por Michelle, está o fato de que apenas com o conhecimento, o ser humano pode ser verdadeiramente livre. Ser ingnorante no mundo, não comunicar-se de forma alguma, é desejar ser devorado por ele.
Vale ressaltar que o filme é baseado na obra autobiográfica da norte-americana Helen Keller, a aluna cega e surda, e sua professora Anne Sullivan. Antes desse belíssimo longa indiano dirigido por Sanjay Leela Bhansali, há outra obra cinematográfica intitulada "O milagre de Anne Sullivan", que pretendo assistir.
Helen Keller se tornou escritora e foi condecorada com diversos títulos e diplomas - inclusive o Cruzeiro do Sul, no Brasil.
"Black" é um dos mais conceituados filmes da Bollywood e ganhou diversos prêmios em festivais.
- Trailer:
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Ficha Técnica:
Título Original: Black
Direção: Sanjay Leela Bhansal
País: Índia
Direção: Sanjay Leela Bhansal
País: Índia